


Conheça mais sobre a curadoria da nossa 2ª edição →
●SÂMELA RAMOS
Sâmela Ramos é cantora, intérprete e compositora que encontrou no jazz o território ideal para firmar sua identidade artística. Nascida em Guarulhos/SP e radicada em Natal há mais de uma década, hoje mestranda em Canto Popular pela UFRN, ela se tornou uma das vozes mais consistentes da cena potiguar.
No Festival Ponto de Ebulição, Sâmela apresenta um espetáculo que reverencia as vozes femininas negras que transformaram o jazz e o samba-jazz em expressão de resistência, beleza e liberdade. Tânia Maria, Rosa Passos, Leny Andrade e Rosa Marya são algumas das artistas evocadas nesse repertório que atravessa gerações e revela, a cada canção, a força criativa e a herança viva da música popular.
A apresentação equilibra sofisticação e entrega emocional, transitando entre clássicos mundiais como Summertime e Feeling Good até interpretações de grandes obras brasileiras, como Bala com Bala e Céu e Mar. Ao lado dessas referências, Sâmela também insere composições próprias, como Sina da Boemia, que afirmam sua assinatura no palco.
Mais do que um show, sua performance é um gesto de continuidade — uma celebração da memória coletiva e, ao mesmo tempo, uma afirmação de que o jazz segue vivo, reinventado e atual. No Ponto de Ebulição, sua voz abre caminhos para a noite, convidando o público a mergulhar no gesto refinado da escuta e na potência transformadora da música.

●Will Barros convida
Edja Alvess e Analuh Soares

O samba é memória, celebração e encontro. E nesta edição do Ponto de Ebulição, ele ganha forma no encontro de três grandes vozes femininas: Will Barros, Edja Alvess e Analuh Soares.
Carioca com raízes potiguares, Will Barros trouxe para Natal sua paixão pela música e sua voz grave, marcante, que traduz emoção a cada canção. Em pouco tempo na cidade, já conquistou público e reconhecimento, sendo premiada em 2025 com o Viva o Samba pela Câmara dos Vereadores.
Edja Alvess, com 26 anos de carreira, é uma das vozes mais queridas da cena potiguar. Intérprete que passeia por repertórios da MPB e da música local, já esteve em inúmeros palcos e festivais, sendo lembrada pela potência e pela consistência de sua trajetória.
Analuh Soares, pernambucana de nascimento e potiguar de coração, é voz nova e versátil da cena. Do carnaval às rodas de samba, de tributos à composição autoral, Analuh tem firmado presença em projetos importantes, reafirmando o samba como espaço de ancestralidade, ritmo e liberdade.
No palco, juntas, elas traçam uma verdadeira viagem pelo samba: dos clássicos que atravessam gerações até leituras contemporâneas cheias de frescor. O repertório vai de Dona Ivone Lara a Djavan, de Jorge Aragão a Leci Brandão, costurando momentos dançantes e emocionantes em um passeio que é puro sentir.
Mais do que um show, este encontro é celebração da música preta, em sua alegria, resistência e encantamento. Uma roda expandida para o palco, feita para reunir, cantar junto e afirmar o samba como herança viva e atual.
●TAJ MA HOUSE CONVIDA CIDA LOBO
A noite do Ponto de Ebulição se encerra em estado de dança. O Taj Ma House, banda potiguar que vem se destacando pela fusão da house music com elementos da música brasileira, convida a icônica Cida Lobo para um espetáculo que une gerações, estilos e linguagens.
Formado por Clara Luz, Janvita, Elisa Bacche e Pajux, o grupo constrói sua sonoridade misturando percussões ao vivo, vocais fortes e a pulsação eletrônica da house. O resultado é uma apresentação vibrante, contínua como um DJ set, mas com a potência e os improvisos de uma banda no palco.
Ao lado dessa energia contemporânea, entra em cena Cida Lobo — cantora e compositora com mais de 30 anos de carreira, reconhecida como uma das grandes intérpretes da música potiguar. Sua voz, marcada pela intensidade e pela emoção, carrega a memória de uma cena que atravessou bares, teatros e festivais, consolidando seu lugar na história musical do estado.
No encontro entre Taj Ma House e Cida Lobo, tradição e inovação se entrelaçam: camadas eletrônicas se abrem para o calor das percussões e a força interpretativa de Cida dá nova vida ao repertório, que vai de Jorge Ben Jor a composições autorais do grupo.
É o fechamento perfeito de uma noite que começa na escuta atenta do jazz, passa pela celebração coletiva do samba e desemboca no êxtase da pista. Um espetáculo para liberar o corpo, expandir a energia e viver a música como lugar de liberdade.
