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Uma nova chama na cena musical potiguar – Entrevista com Nathalia Santana (Idealizadora e Produtora do Festival Ponto de Ebulição)


Nathalia Santana Foto: Luana Tayze


O Festival Ponto de Ebulição, idealizado por Nathalia Santana, surge como uma iniciativa que busca proporcionar uma experiência musical íntima e significativa. Nathalia, uma figura proeminente no campo da produção cultural, traz uma visão única para este festival, inspirada por sua paixão pela música e sua experiência em eventos de artes. Com um line-up 100% feminino e uma abordagem focada na apreciação musical, o Ponto de Ebulição promete agregar a agenda cultural da cidade. Nesta entrevista, Nathalia compartilha os bastidores da criação do festival, seus desafios e suas aspirações para o futuro, oferecendo ao público uma visão detalhada e inspiradora sobre o que esperar desta primeira edição.


1. Como surgiu a ideia de criar o festival Ponto de Ebulição? 


Nathalia: "Então, a ideia surgiu por volta de 2019. Eu já vinha realizando o Burburinho Festival de Artes desde 2017, um festival de artes integradas, e percebi que, apesar de incluir teatro, dança, exposições, etc, a música sempre se destacou. Isso me fez pensar em criar um festival dedicado exclusivamente à música. Apesar de termos grandes festivais em Natal, senti que havia espaço e interesse por mais um. Então, comecei a lapidar a ideia do Ponto de Ebulição, focado em celebrar a música em um formato diferenciado."


2. A curadoria do Ponto de Ebulição é diversificada e composta exclusivamente por mulheres. Como foi o processo de seleção das artistas e o que você buscava ao montar esse lineup?


Nathalia: "A curadoria inicial do festival veio como uma resposta à necessidade de destacar mulheres na música. Muitos festivais têm começado a incluir mais mulheres em seus lineups, mas eu queria ir além e criar um festival 100% feminino. Propus que as artistas desenvolvessem shows específicos para o festival ou que remetessem a álbuns importantes de suas trajetórias, incluindo algumas colaborações. Selecionamos mulheres que representam a cena musical potiguar e que possuem um repertório autoral forte, garantindo uma fan base interessada. Nosso objetivo é celebrar essas mulheres e sua música, mostrando todo o seu potencial e importância."


3. O Teatro Riachuelo foi escolhido como o local para a primeira edição do Ponto de Ebulição. O que motivou essa escolha e como você acredita que ele contribuirá para a experiência do público?


Nathalia: "A escolha do Teatro Riachuelo foi pensada pela sua estrutura, qualidade, acessibilidade e conforto. É um espaço mais intimista, que permite uma atenção focada no show, diferente dos grandes festivais com múltiplas atividades que naturalmente tendem à dispersão. A localização central e o fácil acesso de transporte público também foram fatores importantes. Queríamos um festival de música para quem realmente gosta de música, onde a dispersão fosse mínima e a apreciação máxima. Além disso, o teatro oferece uma oportunidade técnica excelente para a execução dos shows, algo que muitos artistas valorizam. É um ambiente com um tom de certa forma elitista, pois muitas vezes é inacessível financeiramente, mas o nosso festival, por ser um projeto incentivado, traz também a possibilidade do público acessar esse espaço gratuitamente. Isso é relevante para nós. Ocupar espaços como este com música potiguar, com mulheres, com um público diverso. Diz de muitas coisas."


4. Quais foram os maiores desafios que você enfrentou na produção do Ponto de Ebulição e como conseguiu superá-los?


Nathalia: "O maior desafio foi, sem dúvida, a captação de recursos. Desde 2019, buscamos inserir o projeto nas leis de incentivo e encontrar parceiros. Foi um processo longo e complicado, mas conseguimos uma parceria crucial com a Universidade Potiguar, que patrocina o projeto através do Programa Djalma Maranhão e da renúncia fiscal da Prefeitura do Natal. Outro desafio foi manter a viabilidade do projeto enquanto preservávamos nossa visão de um festival democrático e acessível. A persistência e a crença no potencial do festival foram essenciais para superar essas dificuldades. Cada novo projeto lançado naturalmente nos apresenta desafios e nos ensina a lidar com eles. Acho que um desafio constante para quem faz, quem tira as ideias do papel e as lança no mundo, é sempre lidar com as expectativas de muitos. Acredito na figura do produtor como um gestor de expectativas, incluindo as nossas próprias."


5. O que você acredita que diferencia o Ponto de Ebulição de outros festivais de música? 


Nathalia: "O Ponto de Ebulição se destaca pela sua proposta intimista, realizada em um teatro, o que permite uma experiência de apreciação musical mais focada. Temos um line-up 100% feminino, com artistas locais que trazem shows autorais e colaborações exclusivas. Cada show tem 60 minutos, algo raro em festivais hoje em dia, permitindo uma imersão maior na música. Queremos que o público realmente curta e celebre a música, sem as distrações comuns dos grandes eventos. Este é um festival de música para quem ama música e quem gosta de boas experiências, mais tranquilas, mais confortáveis. Um festival para os millenials cansados (como costumo brincar rsrsrs…)."


6. Quais são os impactos culturais e sociais que você espera alcançar com o Ponto de Ebulição, especialmente na cena musical e cultural de Natal?"


Nathalia: "Espero que o festival agregue ao calendário cultural de Natal, fortalecendo a cena musical local e proporcionando uma plataforma de união e celebração. Queremos mobilizar parceiros, fornecedores, artistas e público, oferecendo uma experiência enriquecedora e acessível. Acredito que a cultura tem um poder transformador e espero que o Ponto de Ebulição possa contribuir para a apreciação, difusão e fortalecimento da música na nossa cidade, impactando positivamente tanto a esfera cultural quanto a social e econômica."


7. Quais são suas expectativas para o futuro do festival? 


Nathalia: "A principal expectativa é a continuidade do festival. Estamos ansiosos para ver a resposta do público nesta primeira edição e queremos que o Ponto de Ebulição se torne uma presença constante no calendário cultural de Natal. Planejamos manter e ampliar nossas parcerias, trazer artistas de outras regiões e cidades e continuar aprimorando o festival. Queremos que ele seja uma plataforma sólida para a música, celebrando e fortalecendo a cena musical local e nacional." 



A entrevista destaca a dedicação e visão por trás do Ponto de Ebulição, um festival que vai além da música, sendo uma celebração da arte e cultura potiguar. O evento promete fortalecer a cena musical local e proporcionar uma experiência única ao público. Com acesso gratuito, o festival acontece nos dias 11 e 12 de julho no Teatro Riachuelo, com a distribuição virtual de ingressos via Sympla a partir do dia 30 de junho.



SERVIÇO:


Ponto de Ebulição - 1ª Edição

Quando: 11 e 12 de julho de 2024

Onde: Teatro Riachuelo, Natal, RN

Acesso: Gratuito

Classificação Indicativa: 16 anos

Patrocínio: Prefeitura do Natal, Programa Djalma Maranhão e Universidade Potiguar (UNP)

Realização: Pinote Produções




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